Não penso no momento saída porque, talvez, este vá ser o mais tenso e intenso de todos.

O fim do isolamento, não é o fim do vírus, mas o começo de uma nova ordem pessoal - precisa ser pessoal antes para torna-se mundial depois.

Usar máscara todos os dias: óculos que embaça, nariz que dói, respiração que fica difícil.

Viciar em álcool 70, não no produto, mas no ato.

Não abraçar meus alunos, terei alunos? Amo tanto abraçar.

Minha mãe é grupo de risco: visitá-la depois de meses, ou abdicar do melhor abraço do mundo pelo medo?

O fim da quarentena é para ser comemorado ou visto como o primeiro passo rumo a um caminho desconhecido, que não precisa ser ruim ou cruel, mas é, de fato, um imenso ponto de interrogação.

Marianna Pais - 37 anos







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